Carolina Vivas
Luxo: um mercado com características especiais
Actualizado: 17 abr 2021
Quais são os fatores definidores de uma marca de luxo? O preço é apenas um deles.

Falar de luxo pode gerar uma conceção errada: pensar que tudo o que é caro é luxuoso.
A verdade é que, para ser considerado luxo, um produto ou serviço deve atender a determinadas condições além do seu preço.
Quais são os fatores definidores das marcas de luxo?
Durante décadas, vários autores estabeleceram pautas para a identificação das marcas de luxo. Atualmente, com novos padrões de consumo e com a adição de canais de comunicação digitais, o luxo é definido pelos seguintes fatores:
1. O preço
O preço é um fator decisivo para as marcas de luxo relativamente à sua classificação. Embora exista uma categoria mais recente que nos fala de luxo acessível, um alto pagamento sempre esteve relacionado com a exclusividade de um produto ou serviço. No entanto, é apenas um elemento, uma vez que nas marcas de luxo não existem comparações ou competições com base no preço.
Foto: Carolina Vivas
2. Matérias-primas raras e/ou de alta qualidade
A raridade refere-se à escassez e o luxo faz uso de matérias-primas especiais. Podem ser naturais ou feitas sob medida. Por exemplo, podemos falar de tecidos, pedras preciosas ou metais que o diferenciam de outro produto dirigido para o mercado de massas. Obviamente, os materiais devem ser de qualidade inegável e excepcional. Por outro lado, se trata-se de um produto de consumo dentro de uma experiência gastronómica, podemos falar de vinhos, queijos e especiarias diferenciadas.
3. Artesanato
O artesanato refere-se à transformação de uma matéria-prima ou produto por meio do trabalho manual. Geralmente, o trabalho está vinculado a um ofício tradicional ou contemporâneo, cuja execução personalizada lhe confere um carácter de unicidade. Uma execução magistral pode elevar o artesanato à categoria de obra de arte.
4. Exclusividade do produto
A exclusividade é contrária à venda em massa. Se um produto ou serviço é comercializado massivamente, não é exclusivo. Portanto, a exclusividade está relacionada ao volume de produção, o preço e os canais de venda.
5. Personalização

Não acontece em todos os casos. Mas, com as novas demandas do mercado, cada vez mais marcas estão oferecendo-se para personalizar seus produtos ou serviços. A personalização pode variar desde a escolha do tom de uma vestimenta até a escolha de locais ou atividades dentro do turismo de luxo.
Foto: Botões de Punho em prata personalizados e lavrados a mão | Oscar Bautista.
6. Experiência nos pontos de venda
O atendimento nos pontos de venda de uma marca de luxo diferencia-se pela qualidade. A personalização e experiência únicas oferecidas ao cliente, devem ser um reflexo da sua exclusividade.
7. História e autenticidade
Muitas marcas de luxo têm uma história e trazem consigo um legado de décadas. Outras, mais recentes, buscam impactar e transcender a partir dos valores que fazem parte da sua essência: produtos e serviços que contribuem para causas ambientais ou humanitárias, ou que transmitem uma mensagem social.
De qualquer forma, as marcas de luxo buscam comunicar-se com autenticidade através dos seus produtos e serviços.
Não há uma decisão final sobre qual é o fator mais importante na identificação de uma marca de luxo.
Há quem concorde que o preço é o fator mais relevante na definição do luxo. Outros consideram que o mais importante é a execução perfeita do trabalho artesanal. Alguns dão mais peso à exclusividade.
Quanto à qualidade, afirma-se que esta é inerente ao luxo, ou seja, não pode haver luxo se não houver qualidade superior no produto ou serviço.